8.08.2009

BIANCA, ETERNAMENTE NO NOSSO JARDIM

Posso dizer que foi ela que nos escolheu, sem medo de errar. Fomos ao criador que vendia Akitas só para dar uma pesquisada em preços, e quando aquela bolinha branca veio se enroscar nas nossas pernas, não deu outra: estávamos fisgados. Foi paixão ao primeiro latido. De raça altiva e muito discreta, conhecida por serem cães de guarda imperiais no Japão, a nossa akita, logo batizada como Bianca, foi criada com muita liberdade no sítio de Ibiúna. Desde pequena corria atrás de gambás, foi alfinetada por porco espinho, mas só se ouvia seu latido quando defendia os donos. Quando chegávamos no sítio, ela nos recebia com uma pedrinha na boca, e gentilmente depositava em nossos pés, como um presente de boas vindas. Maravilhosa Bianca.

Chegada na idade de acasalar, fui buscar um macho com pedigré em um sitio vizinho, e ficamos muito felizes quando o caseiro ligou dizendo que tinha nascido uma ninhada com seis akitinhas. Quando chegamos para ver os filhotinhos, estavam todos mortos. Não entendemos o que tinha acontecido. Ligamos para um veterinário de Ibiúna, que a examinou e disse que ela não corria perigo, apenas os filhotes eram prematuros, que isto acontecia com frequencia. Ficamos muitos tristes, e aquela noite tentamos nos confortar imaginando uma próxima tentativa de  cruzá-la. 

Na manhã seguinte, Bianca estava no mesmo lugar em que a deixamos na véspera, e suas gengivas estavam praticamente brancas. Naquele momento entendemos tudo: ela tinha tido uma hemorragia. Ligamos imediatamente para o nosso veterinário em São Paulo, e voamos com ela enquanto o médico deixava tudo preparado para atendê-la. Quando acabamos de chegar no pronto socorro, ela não resistiu e morreu em meu braços. Me recordo de poucos dias tão tristes em minha vida.
Tenho esse animalzinho muito vivo no coração, e é difícil esquecer a infinita paciência com que serviu de modelo para a escultura que fiz de seu busto, que repousa guardando a entrada do ateliê de Ibiúna.

Estas recordações vieram à tona ao saber da perda de Tanka, do Thadeu e Catarina, simpaticíssimo casal de amigos curitibanos. 

Foto: Lee Swain




3 comentários:

Leila Pugnaloni disse...

que linda/triste esta história, a da Bianca...sempre acho que eles (os nossos bichinhos) voltam se a gente pedir com Fé...até breve

Anônimo disse...

Obrigada Lee, a Tanka foi um anjo fiel e amoroso, foi um ser muito especial na minha vida e sempre vai viver em meu coração.

Catarina.

LIVINHA disse...

Ainda bem que somos feitos de varias Biancas em nossas vidas!!!