7.13.2009

ANGELO, O PAI DA MARIA

Não me lembro de uma foto do Angelo sem o indefectível cigarro na mão. Fumar era um ritual que precedia a conversa sempre cativante. "Causos" da guerra, onde ele, aos dezesseis anos foi recrutado pelo exército fascista. Histórias que sempre terminavam em boas risadas, porque Angelo conseguia ver graça até mesmo na tragédia. 

Angelo fluía. Fluía no piano, na argila que dominava como poucos, na cozinha, na vida. Um artista de primeira grandeza, e de uma modéstia comovente. Não acumulou riqueza, mas repartiu muita alegria. Vivemos rodeados por suas esculturas, suas brincadeiras, sua risada, sua memória. Conviver com ele, mesmo depois que se foi desta para melhor em 2005, continua sendo um privilégio. Quem o conheceu sabe do que estou falando. Salve, Angeloni.


Um comentário:

Maria Taccari disse...

Um brinde ao meu queridíssimo pai, que só me passou aquilo que tinha de melhor.
Tive o privilégio de ver inúmeras vezes a transformação de um pedaço de barro em lindas mulheres.
Indescritível!!!!